Uma das tradições mais vivas da Colonização Italiana é a comemoração da Festa do Padroeiro de cada
capela do interior. Assim, a cada domingo há festa em alguma localidade que começa com a parte religiosa
de manhã com missa festiva e após o famoso almoço colonial regado ao bom vinho da região.
Desde os tempos mais antigos, um dos momentos mais solenes das vivências cotidianas era a missa e a
procissão em homenagem aos santos padroeiros das comunidades que se formavam, a sagra das capelas,
como chamavam. Além de um ritual religioso de suma importância, era o passatempo mais esperado pelos
jovens, ocasião em que se encontravam com pessoas de outros lugares, faziam novas amizades, iniciavam
namoros.
Cada comunidade fazia a sagra aos seus padroeiros exatamente no dia em sua homenagem, indiferente do
dia da semana que ocorresse. Nos primeiros tempos, após o ritual, as famílias costumavam oferecer um
almoço, geralmente na casa dos “nonos”. Além dos parentes, convidavam amigos de outras comunidades
que se faziam presentes. Era um dia único, um dia de festa, um dia santo, ninguém trabalhava. Faziam
apenas os afazeres que não podiam ser deixados de lado, como tirar leite das vacas.
Entretanto, as famílias cresceram, aumentando a sociedade local e, por isso, com o passar dos anos,
começaram a ser construídos pequenos salõezinhos comunitários no entorno das igrejas. E lá passaram a
assar churrasco, que era adquirido pelos presentes e saboreado em casa, juntamente com pão, salada,
vinho e “gasosa”, uma espécie de suco gaseificado. Não raro, sentavam-se embaixo de árvores e lá
passavam uma tarde inteira juntos, rindo e contando histórias. Passado o dia da sagra, o salãozinho era
usado para reuniões ou até mesmo para encontro dos homens aos domingos, onde jogavam baralho,
“mora”, conversavam.
Assim, a motivação espiritual e emotiva fez com que as sagras fossem tomando proporções cada vez
maiores, propiciando a construção de salões mais espaçosos. Com novas e amplas estruturas, após os
rituais de costume, foi incorporado um almoço comunitário e festivo. Além do churrasco, que já era
costume assar, passaram a oferecer sopa de “agnolini”, salada verde, “pien”, maionese, pão de forno, vinho,
servidos à vontade, em grandes e fartas mesas pelos membros da comunidade que eram responsáveis pelos
alimentos, limpeza, organização e atendimento daqueles que ficavam para o almoço.
Tenha sido pela escassez de outras atividades de lazer, especialmente na colônia, ou pelo imenso prazer e
necessidade do convívio social, as festas comunitárias tornaram-se os principais eventos de cada capela.
Ainda hoje reúnem centenas de pessoas todo final de semana, em uma, duas ou mais comunidades. São
um dos grandes atrativos culturais da farta gastronomia local, da alegria, dos encontros e do bem viver em
sociedade.
GASTRONOMIA TÍPICA
A base da alimentação são as massas (tortéi, agnolini etc) que são acompanhadas de outros tipos de
alimentos como carne de aves, churrasco, carne de panela, polenta e vinho.
MENAROSTO
Menarosto é um processo que consiste em assar carnes sem ter contato direto com as chamas e fumaça
(somente brasas), para isso é utilizado um rolete de espetos que gira lentamente para que as carnes assem
por igual. Todo o processo de cozimento leva aproximadamente 5 horas.
Essa técnica foi trazida pelos imigrantes italianos que vieram para o Brasil em busca de uma vida melhor.
Eles utilizavam carnes de caça disponíveis na época e movimentavam o rolete manualmente por meio de
uma manivela, pedal ou até roda d’água.
Traduzido ao pé da letra, seu nome significa “levar o assado”, no sentido de girar o assado feito em espetos
rotativos. Não era uma refeição comum, pois eram feitas em ocasiões especiais, quando as famílias se
reuniam para festejar o sucesso nas caçadas. Desde 10 de agosto de 2010, o Menarosto foi instituído como
prato típico oficial de Flores da Cunha através da Lei nº 2.831.
Festas de Comunidade
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